domingo, 29 de maio de 2011

ESPECISMO

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Especismo é a atribuição de valores ou direitos diferentes a seres dependendo da sua afiliação a determinada espécie. O termo foi cunhado e é usado principalmente por defensores dos direitos animais para se referir à discriminação que envolve atribuir a animais sencientes diferentes valores e direitos baseados na sua espécie, nomeadamente quanto ao direito de propriedade ou posse. De modo similar ao sexismo e ao racismo, a discriminação especista pressupõe que os interesses de um indivíduo são de menor importância pelo mero feito de se pertencer a uma determinada espécie. De acordo com a igual consideração de interesses, de qualquer que seja a espécie os interesses semelhantes devem ser respeitados. Inferir dor num animal sem se preocupar com isso, é ignorar o princípio básico da igualdade, que parte da premissa da igual consideração de interesses.


"Os animais não têm consciência de si e existem apenas como meio para um fim. Esse fim é o Homem.”  (Kant)

Desenvolveu-se na humanidade uma idéia de espécie superior, sendo o Homem como ser pensante, falante e por esse motivo oprimimos os animais por não pertencerem à mesma espécie. O problema é que eles, como nós, sentem, sofrem e se o nosso sofrimento é digno de consideração moral (Declaração Universal dos Direitos Humanos) por que não o dos animais ser de maneira igual?
Peter Singer, filosofo do século XXI, apresenta uma teoria onde defende que os animais têm, tal como os seres humanos, o direito de não sofrer. Diz que não devemos fazer aos animais aquilo que não queremos que nos façam. Singer defende a igualdade de direito entre humanos e animais e denuncia o especismo – julgamos que os animais, por não serem humanos, são inferiores.
Tom Regan foi igualmente importante neste assunto. Regan diz que temos o dever moral fundamental de tratar com respeito todos, independentemente do valor que possamos atribuir a esse ser. Os animais não humanos têm direitos, logo têm de ser respeitados. Regan defende também uma ética específica onde se reconheça grande parte das espécies animais a uma mesma comunidade moral, ou seja, que existem indivíduos que não são agentes morais pois não cumprem os requisitos, como as crianças e deficientes, são pacientes morais e neste grupo devessem incluir os animais.
Singer e Regan foram dois filósofos importantes neste assunto; não se limitaram a dizer que devíamos ter pena dos animais mas que temos obrigações morais a seu respeito, que temos de ter em conta o conceito de igualdade e que este deve ser aplicado a todos os seres com interesses, que são capazes de experimentar prazer e dor. O sofrimento é condição necessária para ter interesses.
Julgar que a nossa vida e interesses têm maior valor por sermos de raça humana, é moralmente errado, é especismo.
Os animais não têm muitas capacidades mas muitos seres humanos também não e mesmo assim não dizemos que têm menor valor, menos direito. Os animais têm valor interno, são sujeitos-de-uma-vida com experiências. Eles são tratados rotineira e sistematicamente como se o seu valor fosse reduzido, são um dos nossos recursos renováveis.  

“ É possível que um dia se reconheça que o número de pernas, viscosidade da pele ou terminação do osso sacrum são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser sensível ao mesmo destino.”  (Benthem)

Ana Filipa Graça




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